sábado, 15 de outubro de 2011

Encontro


                                                                          Marc Chagall


Hoje um crepúsculo de veredas sinuosas desabrocham na confluência de rios. Vôo no escuro e vejo:  sons, curiosidades, desejos. Nessa noite as palavras se misturaram desde a roupa até as raízes. Palavras de outono, inverno, verão e primavera. Terra, água, vento e fogo no quadril. Fogo no quadril como se a anca tivesse vida própria. Se fosse, seria vulcão incandescente. Adeus solidão errante. Os medos correram todos com receio de serem queimados para sempre. Palavras se olham e se acertam. Somos o conjunto de letras que sonhamos. Gritamos todo desejo dialetizado sem falar. A solitude é o grito silencioso de um pássaro que voa para além da janela. A sinapse de mensagens promete um cavaquear propício. Não havia um bom papo até ouvir tuas letras. Desde então, brotou esperança da conversa de pensamentos, segredos e sentidos. Assuntos que podem se estender além dos dias, quiçá para lá de noites envelhecidas. Sinais de uma bela epopéia  emergem do gosto vivo de amar. Calma, ainda estamos no prólogo que deseja ser sem se saber o fim. Alegria ao ouvir tua voz escrita nesse delirante flerte de fios que traz o mistério do porvir. Conversa de dedos que se encontram como se estivessem a tocar a frágil e misteriosa valsa da vida. O encontro. Chopin. Que beleza.

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