quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Caminhante


Os Sapatos- Van Gogh

Tudo muda
Perpasso mesas de bares com olhar sorrateiro:
Alguns jogam vídeo game
Outros cerveja ás 10 da manhã
No âmago um enjôo sem cura
Nós e os outros
Outros sem nada de nós
Acúmulo de casos
Acasos
Ternos descasos
Simultâneas filas que andam
Atrás de um caso outro caso
E quando caso?
Até então sei só quando descaso.
Cada segundo possui um ponto final
Tudo muda

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Freud para além da alma




Há muito tempo me considero Junguiana. Amo minha terapeuta Junguiana e tenho paixào pelo mistério que é o inconsciente. Este filme mostra claramente que Freud contribuiu muito para o estudo do inconsciente. Ele transforma o curso da história de seu tempo. Bom filme.
"Baseado no roteiro escrito pelo filósofo Jean-Paul Sartre, com uma linguagem metafórica e onírica, o filme pretende mostrar a teoria freudiana do inconsciente. Através do conflito interior que viveu Freud enquanto tentava penetrar o obscuro “inconsciente” de seus pacientes, pois temia encontrar o inefável, o impensável (na verdade, Freud temia encontrar a sua própria essência…). Freud Além da alma é um filme acadêmico, inteligente e instigante, que nos permite uma melhor compreensão das teorias freudianas sobre o funcionamento da mente e como o pensamento psicanalítico irrompeu na sociedade vienense e depois no mundo."

No site http://www.cafefilosofico.wordpress.com/ é possível baixar o filme todo. Vale a pena ver o filme e visitar o site também .

domingo, 27 de dezembro de 2009

Viver – filme de Akira Kurosawa



Viver – filme de Akira Kurosawa


Título original:Ikiru
Título em Português:Viver
Realizado por: Akira Kurosawa
Atores: Takashi Shimura, Shinichi Himori, Miki Odagiri
Data:1952
País de Origem: Japão
Duração:143 min.
Preto e Branco, Som


Acabei de assistir esta obra prima. Tem filmes que são imperdíveis. Este é um deles. "Viver" mostra o valor de viver que um homem só percebe ao saber que vai morrer. O que realmente importa em nosso cotidiano? O que abrange a ação de viver?
No caso desse filme o protagonista é chefe em uma prepatição do serviço público. Quando ele descobre que vai morrer passa a viver. Incrível!
O filme é extraordinariamente dividido entre dois períodos: a mudança na vida do protagonista após descobrir que teria no máximo 6 meses de vida e o velório dele mostrando as transformações que suas ações geraram e mecanizações burocráticas ( burrocracia) dos que viviam ao seu lado.
Como um homem muda tanto em 6 meses? O que teria provocado tal mudança? O primeiro comentário sugere que só poderia ser mulher. Depois de muita discussão chegam ao consenso de que ele sabia que estava com câncer e por isso havia mudado tanto. Todos riem e dizem: “ Assim até eu!” Subitamente um dos participantes do velório se levanta e fala: “E se a gente morrer de repente?” Silêncio. Logo chega o cometário: “Vocês nunca fariam o que esse homem fez!” Silêncio.
E o que fez esse homem nos seis meses que lhe restavam? Viveu. Foi generoso, ajudou os moradores do bairro a terem um parque para as crianças, deixou dinheiro para o filho, transformou sua realidade. E claro também foi jogar fliperama e encher a cara. Sorriu muito. Insistiu em quebrar a burrocracia. Foi ameaçado pelos donos do poder. Mas que importava? O homem não tinha medo de morrer.
No meio do filme tive que atender a campainha. Era um morador de rua me dizendo: “Tô com fome dona, me dá alguma coisa pra eu comer agora? Tô morto de fome.”
Esquentei o macarrão, que certamente iria para o lixo, e dei a comida requentada para o homem. Desaguei um mar salgado e límpido pela desigualdade social. O capitalismo des-ensinou o ser humano a viver.
Cumprimos papéis sociais extremamente egoístas. Vemos pouco mais que nosso umbigo. "Quantos sonhos mesquinhos", pensei, ao ver a fome do homem na minha porta.
Tem o outro. Tem o mundo. E existe um real caos. Como ser artista, médico, engenheiro, político, empresário, lixeiro sem se dar conta dessa realidade?
Até quando esses ridículos habitantes do planeta terra não vão dar valor ao meio ambiente, a humanizaçào, a vida? Uma burrocracia come quase toda a comida existente no mundo. Vejo fome, opressão, devastasão, desigualdade. Avisto o caos e não há como me eximir dessa realidade cruel que o ser humano moderno está engolfado. Muito trabalho a fazer relacionado a humanização do ser humano. Espero que não haja necessidade de estarmos prestes a morrer para começarmos querer viver.
O mundo está pegando fogo e o inferno é aqui. Momento de profundas transformações.
Viver- Ikiru, vale a pena.

Vejam uma bela resenha de Miguel Patrício sobre esse filme:

“Existem filmes inesqueciveis marcados pelo toque no coração, pela humanização pedagógica e pela intemporalidade tanto nos temas, como nas emoções que nos fornecem. Ikiru é, na minha opinião, o filme que representa tudo isso melhor. É um dos filmes mais belos e perfeitos de Kurosawa e do mundo. Encerra em si toda a condição humana metendo-a na boca de um velho doente de câncer com apenas seis meses de vida que irá descobrir nesse pouco tempo o significado de"viver". Takashi Shimura é fenomenal, sidera pela sua prestação - na minha opinião a mais completa e terna que já presenciei -, deixa-nos de boca aberta perante o sofrimento psicológico que vive, pela saudade do tempo que passou e das vivências que terá de deixar para trás, quando partir defenitivamente. Ikiru inicia-se com um raio-x do estômago de Kanji Watanabe, um velho chefe de secção das obras públicas, ao qual o narrador insurge dizendo que Kanji sofre de um câncer do estômago, mas ainda não o sabe. Ao mesmo tempo, ouvem-se vozes - tal como um coro grego - de queixumes de senhoras pedindo a construção de um parque infantil numa zona cheia de lama e lixo. Kanji é apático, oco, vazio, vive numa anestesia e surdez total procurando trabalhar viciadamente - como quase toda a população japonesa. Assim, as senhoras procurando resolver a situação destinada às obras públicas entram numa rede enorme burocrática atrasada e desorganizada levando à desistência de todo o esforço feito para a proposta de uma idéia. No escritório de Kanji ouve-se também uma piada lida por Toyo, uma empregada sua. Dizia ela rindo como uma criança:"Nunca tiraste um dia de folga?", "Não." "Porquê? És indespensável no teu trabalho?", "Não, Eu não quero que eles descobram o que conseguem fazer sem mim." Kanji não percebe (ou nem ouve) e volta ao seu usual trabalho monótono de assinar papéis sem os ler e arquivar projectos esquecidos na gaveta poeirenta.Eis que Kanji se informa do seu estado de saúde - note-se a cena do doente contando a Kanji os truques e mentiras dos médicos para não assustarem os pacientes que pouco tempo podem viver. A cena do apercebimento do reduzido tempo restante de vida da personagem principal, logo no ínicio, é só por ela tocante e assustadoramente constrangedora. Watanabe começa-se a tornar num vagabundo, num velho transeunte solitário com o seu pesado fardo: saber quanto tempo lhe resta para viver. A falta de comunicação com o seu filho - por culpa do pai(?) - torna a compaixão pela personagem principal cada vez mais fácil e existente. Kanji ouve sem querer uma conversa do filho e da esposa em que esta comenta que com a pensão da morte do velho pai, poderiam construír uma nova casa. A frieza do filho - que numa remeniscência de Watanabe, não queria deixar o carro fúnebre que levava a sua mãe - é a demonstração de um homem dos negócios e do dinheiro. Frio, como era o pai, vendo as emoções e as pessoas como se fossem números, é óbvio que quando o pai lhe quer contar o que tem, ele fecha a porta do seu quarto e pede para este trancar a porta principal.Por cima das honrarias do seu trabalho e da alienação consequente do dinheiro e das economias, é sozinho que Kanji chora descontroladamente por debaixo da cama o desconcerto com o mundo e com o seu passado mumificado.O coração do nosso velhinho dilacera-se entre a auto-destruição e o questionamento da sua felicidade. Ele primeiro, desesperado, leva as suas economias e gasta-as de forma hedonista em saké, em mulheres, em clubs nocturnos - e note-se como estes são o lugar das massas, estando filmados de forma furiosa e abarrotada como uma prisão -, acompanhado pelo companheiro vestido de negro, o novelista mefistofélico. Já no Fausto de Goethe, o diabo comprava a alma do doutor idoso; em Ikiru, Kanji vende a sua alma pelo deleite e pelo prazer descabido, desastrado e suícida. No final das sequências magnificamente filmadas da boémia nocturna, é o ar enjoado e as lágrimas desesperadas do principal, entrecruzando com as cantigas melancólicas das mulheres da vida, que nos fornecem a segurança que todos aqueles ambientes americanizados - diga-se - são pouco saudáveis, e refiro-me, pois, a essa metáfora que é estar-se doente. Depois de experenciada a descida aos infernos da vulgaridade corrupta da cidade negra, Kanji procura, como um cego, tacteando pelos passeios por entre as crianças o significado de viver. Aí cruza-se com a sua empregada Toyo, a mesma que lera a piada no princípio, cujo significado é uma das várias mensagens do filme. Toyo é a criança, a doce rapariga brincalhona, tímida e cristalina que desperta em Kanji o desejo de a fazer feliz. Conquista-se um pouco de felicidade, nestas cenas tão amáveis e que surgem após a tempestade. A cena do café, uma das mais profundas e maduras da história do cinema, é desenrolada pela descoberta da felicidade. Kanji grita e desce as escadas da vida, enquanto na mesa ao lado se cantam os parabéns. Descobre-se que a nossa felicidade reside no facto de fazermos felizes os outros.Só, mas determinado, surge um novo homem para além do medo de morrer. Watanabe volta ao trabalho e luta contra a burocracia do sistema do pós-guerra (e actual?), escrevendo um testamento pela sua nova obra - o parque de crianças pedido no princípio.E, de um momento para o outro, somos informados da morte de Kanji pelo narrador. Situamo-nos no seu funeral, e as opiniões dos presentes surgem num espectáculo de remeniscências a qual é finalizada por um polícia que conta a sua verdadeira morte - desmascarando assim as histórias circuladas pelos seus patrões. Por entre o branco da tempestade de neve e os corredores de ferro, sobrevêm poesia visual quando se observa Kanji, sorrindo e chorando, cantando roucamente os seguintes versos:

A vida é breve.
Apaixona-te,doce senhora,
Enquanto os teus lábios ainda estão vermelhos,
E antes que tenhas frio.
Porque não existe nenhum amanhã...


Ninguém saí desta cena indiferente: a montagem, o trabalho de câmara, a representação e a música, todos eles (inter)agem no espectador como uma explosão metafórica desta vez da morte do amável senhor Watanabe. A homenagem ao grande homem é glorificada pelo parque onde as crianças são felizes e podem brincar - pois tal como em Yume ou em Hachi-gatsu no kyôshikyoku - a perda da infantilidade, da paz e do sorriso conduzem à alienação, à escolha do fácil e do imediato, da economia e da guerra, logo na destruição do que é humano."

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Dickens


Charles Dickens,
Viveu e foi um dos maiores escritores que já passaram pela terra. Morreu de morte cerebral em junho de 1870. Foi sepultado no Poet’s Corner ("Esquina dos Poetas"), na Abadia de Westminster. Na sua sepultura está gravado: "Apoiante dos pobres, dos que sofrem e dos oprimidos; e com a sua morte, um dos maiores escritores de Inglaterra desaparecia para o mundo."

Maravilhoso parágrafo de uma senteça e várias vírgulas:

"It was the best of the times, it was the worst of the times, it was the age of foolishness, it was the epoch of belief, it was the epoch of incredulity, it was the season of light, it was the season of darkness, it was the spring of hope, it was the winter of despair, we had everything before us, we had nothing before us, we were all going direct to Heaven, we were going all direct the other way- in short, the period was so far like the present period, that some of its noisiest authorities insisted on its being received, for good or for evil, in the superlative degree of comparison only. "
The tale of two cities - Charles Dickens

Veja outro parágrafo do mesmo livro de Dickens, agora em português:

“Um fato extraordinário a merecer reflexão é o de que de cada ser humano se constitui num profundo e indecifrável enigma para todos os demais.
Sempre que entro numa grande cidade à noite, considero com solene gravidade que todas aquelas casas fechadas e escuras encerram seu próprio segredo, que cada aposento em cada uma delas oculta um mistério, que cada coração pulsando nesas centenas de milhares de peitos esconde algum segredo para o coração que está a seu lado! Alguma coisa do horror, até mesmo da Morte, tem a ver com esse fato.
Não mais posso virar as folhas daquele querido livro que amei e em vão pretendi ler.
Não mais posso contemplar as profundezas dessas águas insondáveis nas quais, à luz fugaz dos relâmpagos, vislumbrava tesouros enterrados e outras preciosidades submersas.
Estava escrito que o livro deveria fechar-se para todo o sempre, quando eu lera apenas uma página. Estava escrito que as águas se imobilizariam sob um gelo eterno, enquanto a luz brincava em sua superfície e eu me detinha, ignorante, às suas margens.
Meu amigo está morto, meu vizinho está morto, meu amor, a eleita de minha alma, está morta; e essa é a inexorável consolidação e perpetuação do segredo que sempre existiu nessa individualiadde, e que eu próprio também carregarei comigo até o fim da minha vida. Dormirá, nos cemitérios desta cidade por onde agora passo, alguém mais inescrutável do que é para mim qualquer de seus habitantes vivos e ativos, ou do que sou eu próprio para eles?”
“Um Conto de Duas Cidades”, de Charles Dickens

Romances principais

The Pickwick Papers (1836)
Oliver Twist (18371839)
Nicholas Nickleby (18381839)
The Old Curiosity Shop ("Loja de Antiguidades")(18401841)
Barnaby Rudge (1841)
A Christmas Carol ("Canção de Natal" ou "Um canto de Natal") (1843)
The Chimes (1844)
The Cricket on the Hearth (1845)
The Battle for Life (1846)
Martin Chuzzlewit (1843-1844)
Dombey and Son (18461848)
David Copperfield (18491850)
Bleak House ("A Casa Abandonada", "Casa desolada" ou "Casa sombria") - (18521853)
Hard Times ("Tempos Difíceis") (1854)
Little Dorrit ("A pequena Dorrit") - (18551857)
A Tale of Two Cities ("Um conto de duas cidades") (July 11, 1859)
Great Expectations ("Grandes Esperanças") - (18601861)
Our Mutual Friend (18641865)
The Mystery of Edwin Drood (inacabado) (1870)

sábado, 19 de dezembro de 2009

Clímax



Clímax. Clímax. Max clima. Uma noite, um vinho e um sofá. Dois copos. O fluxo é arrebatador. Flores e folhas verdes espalhadas pela varanda. A garrafa holandesa foi quebrada ao mesmo tempo que um pedaço de você chegava pela primeira vez dentro de mim. A objetividade é a essência da arte dramática. E do amor? Será?
Fui amada antes do amor chegar. Te lambi e me perdi nas entranhas recheadas de pelos das quinas do teu ser.
Clímax. Desenho dos persongens. Que pessoa atrás da persona haverá? Quem somos nós?
Clímax, organização de ações. Uma ação após a outra, encadeando acontecimentos em imagens inesquecíveis.
Parece que foi ontem, parece que poderia ser pra sempre. Talvez, o poder do argumento nos traga de volta a sensação do apogeu. Todavia, já há um desenrolar da estória feita de um momento infinito que acordou entre dois corpos. É óbvio que o pra sempre não se demora a partir e concomitantemente a estória insiste em se prorrogar. O fluxo casual pede para ser costurado pelas suaves mãos de um artista. O ápice dramático não chega a lugar algum sozinho.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Nina Simone



Ain't Got No / I Got Life
Nina Simone

Ain't got no home, ain't got no shoes
Ain't got no money, ain't got no class
Ain't got no skirts, ain't got no sweaters
Ain't got no faith, ain't got no beard
Ain't got no mind
Ain't got no mother, ain't got no culture
Ain't got no friends, ain't got no schooling
Ain't got no name, ain't got no love
Ain't got no ticket, ain't got no token
Ain't got no God
What have I got?
Why am I alive anyway?
Yeah, what have I got?
Nobody can take away
I got my hair,
I got my head
I got my brains,
I got my ears
I got my eyes,
I got my nose
I got my mouth, I got my smile
I got my tongue, I got my chin
I got my neck, I got my boobs
I got my heart, I got my soulI got my back,
I got my sex
I got my arms, I got my hands
I got my fingers, Got my legs
I got my feet, I got my toes
I got my liver, Got my blood
I've got life,
I've got my freedom I've got the life
I got a headache, and toothache,
And bad times too like you,
I got my hair, I got my head
I got my brains, I got my earsI got my eyes,
I got my noseI got my mouth, I got my smile
I got my tongue, I got my chinI got my neck,
I got my boobiesI got my heart,
I got my soulI got my back, I got my sex
I got my arms, I got my hands
I got my fingers, Got my legs
I got my feet, I got my toes
I got my liver, Got my blood
I've got life, I've got my freedom
I've got life,
I'm gonna keep it
I've got life, I'm gonna keep it
Dois vídeos ótimos da musa Nina Simone.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Linguagens do amor



Um exercício prático aos amantes, casados, namorados e afins.


Ontem ouvi falar de um livro que eu nunca compraria em uma livraria, confesso. Porém, as falas de um grande amigo me tocaram na alma. Ele citou o tal livro: As cinco linguagens do amor, Gary Chapman.
Que bom a paixão! Uma delícia! Um sentimento forte, que nos faz fazer tudo para agradar o outro. Tudo fica lindo quando a paixão impera! Nesse estágio de envolvimento amoroso nós não nos encontramos conscientes dos defeitos e fraquezas dos outros. Porém, depois de um tempo nossos sentimentos mudam. As coisas que não nos irritavam começam a incomodar e já não estamos dispostos a fazer “tudo”que o outro quer. Torna-se muito difícil agradar o outro quando não queremos.
Então, o casal se encontra na “crise chinesa” perigo/oportunidade. Ou aprende-se a linguagem do outro ou aprende-se a comunicar seu amor ou a relação enfrentará problemas sérios. As pessoas são muito diferentes na maneira em que mostram o amor e na maneira que querem ser amados. Imagine que o outro precisa se sentir amado tanto quanto você, entretanto não “como”você. Se os dois percebem o que é importante para o outro a relação provavelmente prospera.
Haja generosidade! O outro pode ser completamente diferente de você! Segundo Gary, exitem cinco linguagens fundamentais que expressamos nosso amor e nos sentimos amados:
Palavras de afirmação- Tem pessoas que precisam de sentenças afirmativas para se sentirem amadas. Para estas muito mais importante que as críticas são as afirmações: vai lá amor! Você está linda! Você é bom! Você consegue! E assim por diante.
Serviço- Ajuda prática por parte do outro. Aquele macarrão especial feito com amor, um bilhetinho de apaixonado, lavar uma louça, dar uma carona na hora do rush, etc. Tem pessoas que se sentem amadas quando o outro dá demonstrações “práticas”.
Presentes- Notem isso não tem nada a ver com condição financeira. É aquela coisinha que você viu e lembrou do seu amor. Um caju doce que você traz, um par de meias, uma jóia, uma lixa de unhas colorida, flores, bombons, camiseta de time de futebol, etc. Tem pessoas que se sentem amadas quando são lembradas dessa maneira. Estas vão ao êxtase quando ouvem: Lembrei de você!
Intimidade física- Há pessoas que gostam de ficar “grudadinhas”. Isso não significa carinho nas partes genitais necessariamente. Andar de mãos dadas, sentar juntinho na hora do almoço, um beijo quando se chega em casa. Tem pessoas que se sentem amadas com o toque físico.
Tempo de qualidade- Pra estes ainda que sejam só 10 minutos no dia que fiquem juntos o tempo precisa ser intenso e pleno. Algumas pessoas se sentem amadas quando o outro dedica um tempo de qualidade para demonstrar seu amor. Chegar em casa depois de ter estado o dia todo fora, ligar a TV e pedir para a esposa sair da frente seria uma catástrofe. É preciso considerar que uma semana de viagem pode significar uma ausência que pode ser compensada em menos de um dia.
Voltando a proposta do exercício prático; que tal observar o seu companheira/o e identificar quais são as duas linguagem mais fortes que se sente amada/o. E claro, é necessário praticar essas linguagens com o outro. Lembrem-se o outro não é igual você. Você pode gostar de palavras de afirmação e serviços. Detestar ficar “grudadinho”, por exemplo. Mas, se seu companheira/o gosta porque não aprender a linguagem do outro?
Achei bem generoso. Parece que pode funcionar em todas relações pessoais. Generosidade gera generosidade. Desprezo gera desprezo. Recebemos de volta o que doamos. Se doarmos nosso amor certamente seremos amados. Perceber o outro e ser percebido parece ser uma das chaves do amor.

Insígna de um calabouço


Salvador Dalí
A maior parte das vezes, a chave da prisão está dentro da cela.
Muitas vezes, dentro de nossas costelas.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Emancipação da anguzada



O Desmame Do móvel-Alimento. Salvador Dalí



" No entender de Sartre, estamos "condenados à liberdade"; não há limite para nossa liberdade, exceto o de que "não somos livres para deixarmos de sermos livres." Porque não há nenhum Deus e portanto não há qualquer plano divino que determine o que deve acontecer, não há nenhum determinismo. O homem é livre. Nada o força a fazer o que faz. "Nós estamos sozinhos, sem desculpas." O homem não pode desculpar sua ação dizendo que está forçado por circunstâncias ou movido pela paixão ou determinado de alguma maneira a fazer o que faz.
A angústia. Seguindo a Kierkegaard, Sartre usa o termo "angústia" para descrever essa consciência da própria liberdade. Nós estamos livres porque nós não podemos confiar em um Deus ou na sociedade para justificar nossa ação ou para nos dizer o que e quem nós somos. Nós estamos condenados porque sem diretrizes absolutas, nós devemos sofrer a agonia de nossa tomada de decisão e a angústia de suas conseqüências. A angústia é, então, a consciência da própria liberdade... A angústia é a consciência dessa liberdade de escolha, a consciência da imprevisibilidade última do próprio comportamento... Uma pessoa à beira de um penhasco perigoso tem medo de cair, e sente angústia ao pensar que nada o impede de se jogar lá embaixo, de se lançar no abismo.. O pensamento mais angustioso de todos é quando, num dado momento, nós não sabemos como nós iremos nos comportar no momento seguinte. "Sartre por Rubem Queirós Cobra

Tem um escalar as mahãs sonolentas
para se enxergar além dos sonhos - eu mesma

Angústia
Sabotagem
Feliz eu?
Quando vou deixar de me trair?
Quando vou deixar de calar verdades na terapia?
Quando vou ver realmente quem sou eu?
A massinha que moldei meu ser desmoronou
Estava fraca a procriaçào que saia de mim:
Pedaços de orgàos, pele, cabelo, olhos
Estou no chão
Criei um ser humano de massinha
Tinha uma perna tão resistente
Porque não aguentou a cabeça?
Será que os olhos estavam abertos demais?

Vigília


Anoitece no peito um buraco profundo.
A dor é do tamanho do mundo.
Mundo tem tamanho? Tem.
Então, qual seria a medida do universo?
Alguém tem fita métrica?
Que extensão o globo tem?
Será a dor mensurável ?
Um orifício inflamado no Universo será o infinto?
Anoitece palavras na madrugada.
E merdas no ventilador
Nessa taciturna madrugada findei com um sonho.
Tristonha acordei sem dormir.